Às vezes, intervalos de escola têm dessas coisas. Sempre achei que minha história de infância era muito incomum e que ninguém acreditaria nela ou a entenderia, que achariam que puro exagero meu. Mas num desses intervalos que realmente mudam nossas vidas, eu vi que minha história não é tão incomum assim sabe? Era incrível como eu entendia exatamente do que ela estava falando, como eu sabia o quanto era difícil ser uma esquisita de escola pública sem amigos, o quanto é feliz quando a gente realmente tem amigos verdadeiros, e mesmo assim, ainda se achar indigna de tudo, ser excluída de um monte de coisas simplesmente pela sua classe social. É engraçado quando se diz pras pessoas que você é como o patinho feio, parece presunção. Mas não é, sério. Acho que a idade faz bem pras pessoas, ainda mais olhando pra trás, e vendo como eu era e como eu sou hoje, minha definição pessoal de elogio era puramente mental, nada de imagem. Acredite, é complicado estudar num colégio filantrópico no qual ninguém realmente necessita de filantropia, somente você e mais alguns gatos pingados. Sei que pode parecer pouco tempo, mas é como se eu a conhecesse a anos, á décadas.E na realidade, são só alguns meses. Sei que pode parecer muita hipérbole de minha parte, mas é como se eu não estivesse sozinha no mundo, como se eu visse que assim como eu, muitos não tiveram a graça de ter uma infância completa e tudo mais. E nessa parte, eu já nem sei mais exatamente do que eu to falando, se é de mim, se é de ser como se é, se eu tô falando de como é importante admitir sua essência e tudo mais. Mas eu sei que eu sempre levarei comigo, todas aquelas palavras, toda aquela compatibilidade muda. Afinal, agora eu sei que amizade significa mais ou menos isso.
domingo, 11 de abril de 2010
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