domingo, 11 de abril de 2010

nexozero.


Às vezes, intervalos de escola têm dessas coisas. Sempre achei que minha história de infância era muito incomum e que ninguém acreditaria nela ou a entenderia, que achariam que puro exagero meu. Mas num desses intervalos que realmente mudam nossas vidas, eu vi que minha história não é tão incomum assim sabe? Era incrível como eu entendia exatamente do que ela estava falando, como eu sabia o quanto era difícil ser uma esquisita de escola pública sem amigos, o quanto é feliz quando a gente realmente tem amigos verdadeiros, e mesmo assim, ainda se achar indigna de tudo, ser excluída de um monte de coisas simplesmente pela sua classe social. É engraçado quando se diz pras pessoas que você é como o patinho feio, parece presunção. Mas não é, sério. Acho que a idade faz bem pras pessoas, ainda mais olhando pra trás, e vendo como eu era e como eu sou hoje, minha definição pessoal de elogio era puramente mental, nada de imagem. Acredite, é complicado estudar num colégio filantrópico no qual ninguém realmente necessita de filantropia, somente você e mais alguns gatos pingados. Sei que pode parecer pouco tempo, mas é como se eu a conhecesse a anos, á décadas.E na realidade, são só alguns meses. Sei que pode parecer muita hipérbole de minha parte, mas é como se eu não estivesse sozinha no mundo, como se eu visse que assim como eu, muitos não tiveram a graça de ter uma infância completa e tudo mais. E nessa parte, eu já nem sei mais exatamente do que eu to falando, se é de mim, se é de ser como se é, se eu tô falando de como é importante admitir sua essência e tudo mais. Mas eu sei que eu sempre levarei comigo, todas aquelas palavras, toda aquela compatibilidade muda. Afinal, agora eu sei que amizade significa mais ou menos isso.

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