segunda-feira, 17 de maio de 2010

códigobinário.


Antes eu pensava nas coisas com mais clareza. Sabe, era fácil assim, penso, logo existo. O tempo foi passando e parecia que para eu passar por ele também eu devia pagar algum tipo de pedágio. E assim, minha clareza de pensamentos foi indo e indo. Com 5 anos, as coisas funcionavam bem. Me perguntavam, hey, como vai ser quando você crescer? Aah, fala do seu futuro marido. Eu, meu cerébro simples de código binário, respondia, marido? quero não. 10 anos. Aah, ele vai ser alto e vai ser inteligente. Cabelos cacheados, óculos e boas piadas. Avançe 5 anos. Tem muitas coisas, ele tem que me entender. Tem ser inteligente, não precisa ser muuuuito bonito, só bonitinho basta. Sorriso. Roupas. Até mesmo o jeito de andar. Mentes adolescentes teimam contra tudo, até contra seu corpo. Hey cabeçinha, facilite pra mim, respostas rápidas e monossilábicas. Gostava de ficar olhando o céu todo dia. Só olhar, sem pensar nada. Aí então comecei a imaginar figuras nas nuvens e contar estrelas. Hoje, peso teorias e fatos, provas concretas de vida extraterrestre, penso na USS Enterprise, lembro de satélites, imagino se a viagem do homem à lua foi conspiração. Nada mais de simples contemplação do céu azul. Sinto falta.

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