domingo, 9 de maio de 2010

cordão umbilical.

Minha mãe sempre foi daquele tipo não-convencional. Até hoje não é. Daquelas que não te mimam na infância nem te dão o que você quer. Às vezes, ela colocava uma coleirinha em mim pra poder andar no shopping. Isso é sério, e eu tinha 3 anos. Não me causou traumas nem nada do tipo, hoje, nós rimos juntas da situação. Claro que ela tem seu lado normal também. Sabe, dois olhos, duas pernas, um nariz bem aguçado e um coração gigantesco. Gosta de saber onde eu vou, que horas volto, com quem, porquê. Ela faria testes de bafômetro e gravidez assim que eu chegasse se achasse necessário. Ainda acha as roupas que eu visto muito estranhas e nada femininas. Outro dia, jogou meu pingente de soco inglês no telhado da vizinha. É nessas horas que a gente trama um plano diabólico de morte súbita ou fuga noturna, só pra nossa mãe se culpar pelo resto da vida por ter estragado a sua vida. Mas depois de meia hora vivendo sua dor de filha injustiçada, tanto você como ela já esqueceram o que aconteceu. Essas coisas de mãe e filha, só nós que fazemos parte do ciclo entendemos. Não é necessário explicar, é só viver.

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