Desde sempre lhe prometo coisas.
Muitas delas, passam em branco e nunca são lembradas. Outras, tomamos por
obrigação. Esta, talvez, seja intermediária. Você ainda se lembra de nós? Como
éramos? Pureza estampada no rosto, um jeito de molecas que não gostam de
pentear os cabelos. Aliás, o teu era enigmático. Um tanto longos, daqueles que
deveriam voar lindamente ao vento. Mas os seus não. Eram como uma cortina
brilhante de ébano negro. Imóveis. Não havia tempestade que os fizesse se
mexer. Tudo obra de uma coisinha chamada “gel”. Acho que no começo, éramos um
time, não uma dupla. Deve ser por isso que não a observava com um ser sozinho,
independente. Todas nós, as seis, éramos um só. Sem individualidade, sem marcas
de personalidade. Se isso é bom ou ruim, não sei e não me importo. Fui feliz
sendo assim. Muito mais feliz do que em minha vida toda. Pois apesar de parecer
cruel, é bem mais agradável fazer parte de um time de adoráveis clones do que
sofrer bullying nos corredores da Escola Classe 35.
Mas aqui estamos nós. Alguns anos
depois. Meu deus, você ainda está aqui? Só que diferente. Primeiro: agora seus
cabelos finalmente voam. Segundo: você virou uma estrela. Nesse exato momento,
você leu a palavra “estrela”, ficou surpresa e retorceu a cara. Sério, você é
uma estrela. Não no sentido de “brilhar, brilhar”, mas você é uma celebridade,
uma enterteinament girl. Todos te amam e tudo mais, em qualquer lugar, a
qualquer hora. Nem sinto ciúmes, pois por algum motivo engraçado, você vai lá e
depois volta pra me contar como foi. Ouveram momentos em que nós talvez não
fossemos tão próximas. Eu só não entendia sua dinâmica ainda. Mas você não
mudou muito não. Não por dentro. Ainda continua um homenzinho (interprete como
quiser). Só que passou pela puberdade, mudança de voz e etc (HAHA).
Eu não sei. Não to a fim de ser
amorosa e fofa num texto desses. Apesar de ser o que você quer ouvir. Palavras
bonitas que eu nunca digo. Mas que você sabe que existem. Do contrário, eu
também não iria lá fora viver e depois voltaria pra te contar como foi. E sim,
eu poderia te contar qualquer coisa. E não espero que me conte tudo de volta.
Afinal, você nem conta tudo, acostumei (e nem vem retorcer a cara de novo. Você
não conta tudo mesmo não ok? Hm.).
E não, eu não me dou bem com
textos dedicados. E sim, você é mesmo a melhor amiga e pior influência que eu
já conheci.
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